sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A Tragédia da Ilha do Sol - LUZ DEL FUEGO

(foto www.es.gov.br)



A bailarina, naturista e feminista Luz del Fuego (seu nome real era Dora Vivacqua), nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, em 21 de fevereiro de 1917, e morreu assassinada na Ilha do Sol, em São Gonçalo, no dia 19 de julho de 1967). Descendia de família italiana e seu irmão Attílio Vivacqua foi senador da República.
Começou a sua carreira artística como bailarina, em 1944, usando o nome de "Luz Divina, ao se apresentar no Circo "Pavilhão Azul". Depois mudou-o para Luz Del Fuego, que era o nome de baton argentino de muito sucesso. Foi para a Europa estudar e de lá só voltou em 1950.
(Ilha de Tapuama de Dentro, rebatizada por Luz del Fuego, com o nome de Ilha do Sol, foto navarandacomlenynha.blogspot.com)
 Começou, então, a fazer shows, apresentando-se semi-nua com duas jibóias enroladas em seu corpo. Conseguiu licença da Marinha de Guerra brasileira para viver na Ilha Tapuama de Dentro, de 8 mil metros quadrados, que ela rebatizou de "Ilha do Sol". Ali fundou o primeiro clube de nudismo do Brasil, o "Clube Naturalista Brasileiro. Depois, criou o Partido Naturalista Brasileiro, candidatando-se à deputada federal, mas não conseguiu se eleger.
 
(Reprodução do livro "A verdade nua", copiado do blog Território Gonçalense)
A Ilha do Sol ganhou fama e diversos artistas internacionais, entre os quais, Steve MacQueen, Brigitte Bardot, Glenn Ford, Errol Flynn, Lana Turner, Ava Gardner, Tyronne Power, frequentaram a Ilha do Sol. A primeira vez que fui fazer uma reportagem com Luz Del Fuego, tendo em minha companhia, o repórter fotográfico Délio Limoeiro, fui impedido de entrar, porque não tirei as roupas. Depois, surgiu uma outra ilha para a prática do nudismo, a do Abricó

Morte
Luz Del Fuego foi assassinada com o seu caseiro, Edgar, em 19 de julho de 1967, pelos irmãos Alfredo Teixeira Dias e Mozart Guaguinho, que usando de um estratagema, conseguiram fazer com que ela embarcasse em sua canoa. Ali, Alfredo deu-lhe pancadas na cabeça que terminaram por matá-la. Chamaram o caseiro, que também foi assassinado. Os corpos foram amarrados e colocados em uma baleeira, com pedras, depois que as vísceras foram retiradas, e jogados ao mar na Ilha das Capuanas de Baixo.
Voltaram à casa de Luz Del Fuego e roubaram pertences, como rádio vitróla, binóculos, óculos e oitenta mil cruzeiros antigos. A justificativa para o crime, foi a de que Luz Del Fuego os teria denunciado à polícia, já que eram procurados.

O crime só foi descoberto duas semanas depois, porque os jornalistas Mário Dias, do jornal O DIA, e Mauro Costa (já falecido) do jornal Última Hora, descobriram um coveiro que sabia de tudo. 
Alfredo foi preso e confessou a participação nas mortes, mas indicou o irmão Gaguinho como o assassino. Os corpos foram resgatados no dia primeiro de agosto. Gaguinho escapou de forma espetacular, trocando balas com a polícia durante quinze dias. 
Somente depois de ter matado um cabo, foi preso e condenado a pena máxima. Ficou louco na cadeia e terminou por cumprir a sua pena no manicômio judiciário do Rio de Janeiro. Alfredo converteu-se à religião evangélica.

(N.R. Na época, eu trabalhava com o jornalista Mário Dias (um dos melhores repórteres policiais de todos os tempos), na sucursal do Jornal O DIA, em Niterói, e fui testemunha do seu excelente trabalho investigativo, que terminou por descobrir o crime e seus assassinos).
(postagem original no blog do jornalista assueres)

5 comentários:

  1. História como estas precisam ser contadas,Parbéns

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    1. Verdade, infelizmente o autor desse texto nos deixou há pouco tempo mas nos deixou esse registro belo!!!

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  2. gostaria uito de saber onde esta localizado seu tumulo

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