História
gonçalense
Tarcísio
Bueno, o patrono e a escola
Jorge Cesar Pereira Nunes
João Tarcísio Bueno nasceu em Cuiabá, MT, em 23 de junho
de 1906, filho de Francisco Pio Bueno e Isabel Viegas Muniz (Bueno, pelo
casamento), casal de tradicionais famílias daquela região, com raízes na
Europa. Órfão de mãe aos quatro anos de idade, João Tarcísio foi criado pelo
pai e, em 1913, ingressou no Colégio Salesiano de Cuiabá, transferiu-se para o
Colégio de Felício Galdino, em meados de 1913, e retornou ao Salesiano em
dezembro do mesmo ano. Ali ainda estava, em 1920, cursando a última série do
então ensino médio, quando seu pai, Francisco Pio, funcionário do Arsenal de
Guerra de Cuiabá, foi transferido para a Escola Militar do Rio de Janeiro.
(Fotos reproduzidas do livro "O Herói de Abetaia") |
Toda a família aqui chegou em 17 de abril de 1920,
instalando-se na então capital da República. A 14 de maio seguinte, João
Tarcísio ingressou no Ginásio de Campo Grande, Rio de Janeiro, e sua única irmã,
Maria Teodora, era admitida no antigo Asilo Santa Leopoldina, em Icaraí,
Niterói, que fora fundado pelo imperador Pedro II no século anterior, de lá
passando para o Colégio Nossa Senhora da Piedade, no Encantado, Rio de Janeiro,
onde ficaria até 1924, quando, em 24 de julho, ela e o pai, Francisco Pio,
retornaram a Cuiabá.
João Tarcísio, então com 18 anos de idade, preferiu aqui
continuar para realizar seu sonho de ingressar no Colégio Militar de Realengo, o
que conseguiria em 1929, na arma de Artilharia. Aproveitou as férias do
princípio de 1930 para retornar à terra natal e reencontrar o pai e a irmã. Ao
chegar a Cuiabá, apaixonou-se por aquela que viria a ser sua esposa, Ana Luíza
de Mattos (Bueno, pelo casamento), também de tradicional família local. O casal
decidiu que o casamento se daria após João Tarcísio formar-se na Escola Militar
do Realengo, o que só ocorreu na turma de 1932.
Casaram-se em 18 de março seguinte e geraram os filhos Sônia e Ennio.
Como inerente aos militares, João Tarcísio passou a
percorrer todo o território nacional, até que em 1942 estava de volta a Cuiabá.
A 31 de agosto daquele ano, era declarada a guerra do Brasil aos países do Eixo
e, a 15 de outubro, o 16º Batalhão de Caçadores (local) incorporou a turma
Santa Cruz, de aspirantes a oficiais da reserva, tendo como um de seus
instrutores o já então capitão João Tarcísio Bueno. Pouco depois, ele foi
transferido para o Rio de Janeiro e designado para servir no 3º Regimento de
Infantaria, em São Gonçalo. Em 1943, era ele designado para receber treinamento
militar no Forte Benning, no estado da Geórgia, EUA, de onde só retornaria no
princípio de 1944. Na madrugada de primeiro de julho daquele ano, Bueno
embarcava no navio norte-americano General Mann, com destino à Itália. Era um
dos 5075 homens do primeiro (depois iriam outros quatro, da mesma proporção)
escalão da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e João Tarcísio Bueno seguia
como ajudante de ordens do general Zenóbio da Costa, que comandava aquele
escalão.
Como ordenança, parecia que a ida à guerra seria um
trabalho apenas burocrático. Mas não foi bem assim; muito pelo contrário. No
dia 10 de dezembro de 1944, o capitão João Tarcísio Bueno recebeu a missão de
substituir o oficial, de igual patente, que “amarelara” nos combates,
encarregado de tomar o Monte Castello, ocupado pelos nazistas. A FEB já tentara
chegar lá em 25 e29 de novembro, mas sempre esbarrava na artilharia alemã
instalada em Abetaia, local que passou a ser chamado de “corredor da morte” ou
“terra de ninguém”. Nada disso intimidou João Tarcísio, que seguiu com três
batalhões, na madrugada do dia 12 seguinte: quando viu seus homens serem
abatidos pelo fogo inimigo, ele próprio foi para a frente de combate e, depois
de gastar toda a munição de metralhadora e pistola, passou a lutar com granadas
de mão. Era quase corpo a corpo quando conseguiu desalojar uma casamata alemã,
ao mesmo tempo em que era atingido por uma bala dum-dum (usada pelos nazistas,
apesar de proibida pela Convenção de Genebra), que lhe quebrou cinco costelas e
destruiu seu pulmão direito.
Caído na neve e no gelo, foi dado como morto pelas
patrulhas alemãs e, numa tentativa de fuga do local, caiu em um rio semi-congelado,
cujas águas gélidas criaram coágulos e mantiveram sua vida. Ali ficou, por
quase 24 horas, enquanto várias patrulhas brasileiras iam buscar conterrâneos
mortos ou feridos, mas não o localizavam. Salvou-o seu ajudante de ordens, o
soldado Sérgio Pereira, um jovem negro, alto e corpulento, de 19 anos, que saiu
na madrugada do dia 13 para procurá-lo, apesar da objeção de superiores e
companheiros, e o encontrou no riacho, ainda com vida. Arrastou-o para local
mais propiciatório, retornou ao acampamento e voltou com dois padioleiros, que
puderam enfim levar o oficial para seus primeiros atendimentos médicos. Como
diria, anos depois, o jornalista David Nasser, sobre Sérgio e João: “Um Sancho
Pança negro de um Dom Quixote branco”. A via-crúcis de Tarcísio, no entanto,
não terminou aí; trazido de volta ao Brasil, foi submetido, em treze anos, a numerosas
cirurgias reparadoras e, por fim, fez sua segunda e
última viagem aos Estados Unidos, em 1957, para operar-se no Hospital John
Hopkins, em Baltimore, e serem fechadas as últimas duas fístulas ainda abertas
em seu tórax. Na madrugada de seis de abril de 1963, o já então general de
divisão João Tarcísio Bueno faleceu de edema pulmonar agudo, no Rio de Janeiro,
tendo a seu lado a filha Sônia e oex-ajudante de ordens (e, desde a guerra,
amigo) Sérgio Pereira, que salvara sua vida em 1944. Foi sepultado no Cemitério
de São João Batista e, segundo o médico que atestou seu óbito, morrera em
consequência, ainda, dos ferimentos sofridos em Abetaia.
O capitão João Tarcísio Bueno foi promovido a major,
ainda durante a guerra, e recebeu todas as medalhas da Força Expedicionária
Brasileira (FEB), Sangue do Brasil, Medalha de Guerra, Ordem do Mérito Militar
e Cruz de Combate de Primeira Classe, do Brasil, Estrela de Prata (Silver Star)
do Congresso dos Estados Unidos e Cruz de Guerra com Palma (Croix de Guerreavec
Palme) do governo francês. É patrono de praça pública em Cuiabá, MT, e de
colégio estadual em São Gonçalo, RJ.
A
Escola
O Colégio Estadual
Coronel João Tarcísio Bueno, embora haja recebido tal denominação em 1966 e
acolhido seus primeiros alunos e professores em 1967, tem uma história que
remete ao princípio do século XX. Era 29 de dezembro de 1910 quando o
presidente (governador) Alfredo Backer (1851/1937), fez publicar no Expediente
do Estado do Rio de Janeiro (antigo Diário Oficial do Estado) seu ato criando a
Escola Isolada do Jacaré, no bairro Paraíso, que começou a funcionar no ano
seguinte, em casa alugada, como era praxe da época, sob a direção da professora
Alda de Mello Cunha. Ali ficou pouco tempo, pois o presidente (governador)
(Francisco Chaves de) Oliveira Botelho (1868/1943) já em 1912 aprovava a sua
mudança para o bairro de Mangueira, (hoje próximo, mas bem distante, na época,
devido à insuficiência de transporte público), a partir de 1913, causando enormes
protestos da comunidade, que duraram até 1927, quando o prefeito Mentor de
Souza Couto (1889/1966) decidiu criar a Escola Municipal do Jacaré,entregando
sua direção à professora Cândida Costa e Silva, que um ano depois comemorava o
primeiro aniversário da unidade de ensino com festival de teatro no Cine-Teatro
São José, que teve a encenação de uma opereta de sua autoria e homenagem ao sr.
Adilson Tavares, por haver distribuído uniformes aos estudantes pobres daquele
educandário.
O empenho da prefeitura durou somente dois anos, que
transferiu a escola para a administração do Estado em 1929, ano em que de novo
se criava a Escola Estadual do Jacaré, que viria a tomar o número 8 e seria
dirigida, na década de 1930, pela professora Odete São Paio. Assim, duas
unidades de ensino passaram a conviver na mesma área, até que, na década de
1940, foram transformadas em uma só, com o titulo de Escolas Reunidas do
Jacaré. Isto não impediu que, na mesma década, uma delas fosse denominada
Escola Barão de São Gonçalo e a outra, na década de 1950, recebesse a
denominação de (Maria de) Merícia Quaresma de Mello.
Eram homenagens a duas figuras importantes na história de
São Gonçalo: primeiro, Belarmino Ricardo de Siqueira (1791/1873), o barão, que
projetara a cidade no século XIX, aqui trazendo, em 1854 e em 1870, o imperador
Pedro II e sua família para visita à fazenda Engenho Novo do Retiro, em
Pacheco; segunda, a professora (Maria de)Merícia Quaresma de Mello (1873/1935),
que sempre lecionou em Niterói, mas fazia incursões à nossa cidade,
participando, nos primeiros momentos, da campanha de construção do Hospital de
São Gonçalo, e cujo um dos filhos, o médico Manuel Pires de Mello (1904/1986),
foi diretor, por vários anos, do Centro de Saúde de São Gonçalo, então estadual
e hoje municipalizado com o nome de Washington Luiz Lopes.
Ocorre que as duas unidades deensino eram insuficientes
para atender ao crescimento do bairro e, por isso, no fim da década de 1950, as
duas foram colocadas abaixo, para a construção de uma só, mais ampla que elas.
Para que as homenagens àqueles vultos não fossem eliminadas, em 1967 foram
criados a escola estadual Barão de São Gonçalo, municipalizada em 2014, e o
Grupo Escolar de Sete Pontes (construído em 1952/1953) passou a ser denominado
Escola EstadualMerícia Quaresma de Mello.
A área livre para a construção do novo colégio estadual
chegou a ser visitado pelo governador Celso Peçanha (1916), em sete de setembro
de 1961, porém, obras, de fato, só foram iniciadas pelo governador Paulo
Francisco Torres (1903/2000), também ex-combatente, em 1964. Quando elas já
estavam bem adiantadas, no princípio de 1966, a Assembleia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro aprovou projeto de lei, de autoria do deputado
petebista Flávio Monteiro de Barros (1915/1979), denominando-a Dr. Jayme
Figueiredo (1891/1944), mas o governador o vetou, sob o argumento
constitucional de infringência do poder de iniciativa, que cabia ao Executivo,
e baixou o decreto nº 12.344, de 22/04/1966, denominando-a Coronel João
Tarcísio Bueno. A construção da escola, com 16 salas de aula, só viria a ser
concluída no ano seguinte, pelo governador Geremias de Mattos Fontes
(1930/2010), que nomeou sua primeira diretora, professora Lucy Vieira da Rosa,
em 13/12/1967, para colocá-la em funcionamento a partir do ano letivo de 1968.
Dona Lucy, também professora municipal desde 1959, aqui
nascera, em 10 de fevereiro de 1937, filha de Aprígio Afonso Vieira e Maria de
Andrade Vieira, casara com Milton José da Rosa e residia no bairro Porto da
Madama. Fizera o primário no Curso Benjamin Constant, unidade particular então
existente no bairro Porto Velho, e o ginasial e o normal no Colégio São
Gonçalo, pelo qual se diplomou professora, antes de alcançar o nível superior
na Sociedade Universitária Augusto Mota (SUAM), no Rio de Janeiro. Aprovada em
concurso público, em 1962, a 30 de junho daquele ano era nomeada para exercer o
magistério estadual na Escola Frederico Ozanam, em 1965 foi removida para a
Escola Estadual Padre Manoel da Nóbrega e em 1967 finalmente chegou à direção
da Escola (hoje, Colégio) Estadual João Tarcísio Bueno, na qual permaneceu até
30 de outubro de 1976. Retornou à Escola Padre Manoel da Nóbrega e em 1978
passou a atuar no Núcleo de Educação, Cultura e Trabalho (NEC), da secretaria
estadual de Educação, em São Gonçalo, sendo promovida a Supervisora Educacional
em 1981 e logo depois a Inspetora Escolar, cargo no qual foi aposentada em 26
de setembro de 1995.
O Colégio Estadual João Tarcísio Bueno prosseguia em
expansão, a primeira das quais ocorreu em 1973, com a construção de mais sete
salas de aula, segundo o jornal O Fluminense, de quatro de setembro de 1973,
página 7, e recebia também em suas instalações, à noite, o Colégio Padre Flávio
Arcoverde, da então Campanha Nacional de Escolas Gratuitas (CNEG),
posteriormente transformada em Escolas da Comunidade (CNEC), tornando-se mais
um empreendimento privado de educação, ao contrário do que pretendia seu
iniciador, na década de 1950, Felipe Tiago Gomes. É preciso voltar no tempo
para explicar: somente o antigo ensino primário (quatro séries iniciais do
atual ensino fundamental) era ministrado gratuitamente pelo poder público,
aumentando a demanda por ginásios (hoje, quatro séries finais do ensino
fundamental) e o padre Flávio Arcoverde, então na Igreja de Nossa Senhora
Aparecida, lutou para que o ginásio fosse implantado à noite naquele
educandário, garantindo a seus alunos o prosseguimento gratuito dos estudos.
Como o religioso faleceu em 27 de setembro de 1968, seu nome foi dado à nova
unidade de ensino, então com caráter comunitário, que ali funcionou por cerca
de 20 anos.
A Escola Estadual Coronel João Tarcísio Bueno só voltaria
a ser objeto das preocupações do governo do estado em 1986, assim mesmo por
motivos outros: o governador Leonel Brizola (1922/2004) e seu vice, professor
Darcy Ribeiro (1922/1997), haviam decidido extinguir a Faculdade de Formação de
Professores (hoje subordinada à UERJ), mas encontraram tal reação da comunidade
que, no ano de 1986, tentando diminuir o impacto político, lançaram o projeto
denominado Complexo Educacional de São Gonçalo.
Para o Tarcísio Bueno projetaram o que as oficinas de carro velho, para
revenda, chamam de guaribada, ou seja, fazer uma pintura geral para garantir a
aparência. Salvou-os o artista plástico Carlos Scliar (1920/2001): convidado
para visitar o local, e sem poder mexer na estrutura, imaginou uma pintura
diferente. As paredes das salas de aula seriam brancas, com poesias de autores
nacionais – nenhum local, embora a cidade tivesse expoentes da poesia, entre
eles o consagrado Alberto Silva (1863/1912) e os menos famosos José de Moraes e
Silva (1832/1896), Nicomedes Pitanga (1872/1950) e Brígido Tinoco (1910/1982) –,
enquanto as paredes externas da unidade de ensino receberiam formas geométricas
nas cores vermelho, amarelo, azul, verde e laranja. Com as sucessivas reformas,
as poesias internas desapareceram, mas a pintura externa permaneceu, fazendo
com que a Tarcísio Bueno passasse a ser conhecida como a “escola colorida”.
Scliar nascera no Rio Grande do Sul e, aos 19 anos,
integrou-se ao movimento artístico em São Paulo, com Di Cavalcanti, Portinari,
Flávio de Carvalho e Segall, entre outros. Tinha algo em comum com Tarcísio
Bueno: também ele, artista, integrara a Força Expedicionária Brasileira (FEB),
como cabo de artilharia, e combatera na Itália, contra o nazi-fascismo. Na
Tarcísio Bueno, seu propósito era o de “fazer funcionar os olhos, a
sensibilidade e a criatividade dos jovens”, conforme declarou aos jornais ao
visitá-la, em abril de 1986. Embora os poemas já hajam desaparecido, a parte
externa permanece preservada e a “escola colorida” continua a estimular seus
jovens alunos, como pretendia o artista plástico.
Este cenário de sonho esvaiu-se em agosto de 2015, quando parte do telhado da unidade escolar ruiu, todos os alunos foram transferidos para Centros Integrados de Educação Pública (CIEP) das imediações e o prédio ficou aguardando decisão do governo estadual de realização de obras reparadoras, conforme noticiado nas páginas 01 e 07 do jornal O São Gonçalo, de 07 de dezembro de 2015.
Este cenário de sonho esvaiu-se em agosto de 2015, quando parte do telhado da unidade escolar ruiu, todos os alunos foram transferidos para Centros Integrados de Educação Pública (CIEP) das imediações e o prédio ficou aguardando decisão do governo estadual de realização de obras reparadoras, conforme noticiado nas páginas 01 e 07 do jornal O São Gonçalo, de 07 de dezembro de 2015.
Fontes:
João Tarcísio Bueno, o Herói de Abetaia, de Alexei Bueno, 142 páginas, Casa
Editorial Germakoff, Rio de Janeiro, 2010.
As Ruas Contam Seus
Nomes, de Emmanuel de Macedo Soares, p. 728.
Expediente do Estado do Rio de
Janeiro, 28-12-1913, p. 1.
Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro,
01-03-1959 (Diário das Municipalidades, p. 2); 23-04-1966, p. 1; 13-07-1967, p.
1; 05-11-1976, p. 17; e 26-09-1995, p. 13.
Acervo da família de Lucy Vieira
da Rosa.
Jornal do Brasil, 05-02-1899, p. 6.
Jornal do Brasil, 05-02-1899, p. 6.
O São Gonçalo, 26-04, p. 1, e
25-09-1966, p. 2.
Correio da Manhã, 22-09-1966, p.
21.
O Globo, 07-04-1986, p. 9.
Jorge Cesar Pereira Nunes é Bacharel em Direito, Jornalista e Pesquisador da História de São Gonçalo.
É, também, autor das seguintes obras:
A criação de municípios no Estado do Rio de Janeiro;
Chefes de Executivo e Vice-Prefeitos de São Gonçalo;
Dirigentes Gonçalenses - Perfis;
Crônicas Históricas Gonçalenses I e II.
É, também, autor das seguintes obras:
A criação de municípios no Estado do Rio de Janeiro;
Chefes de Executivo e Vice-Prefeitos de São Gonçalo;
Dirigentes Gonçalenses - Perfis;
Crônicas Históricas Gonçalenses I e II.
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