terça-feira, 10 de junho de 2014

Patrimônio

Na verdade, a destruição de imagens budistas no Afeganistão, é apenas mais um capítulo da insanidade que toma conta do fanatismo religioso ou ideológico, que em nome de Deus ou do povo, são capazes de cometer os mais hediondos crimes contra a cultura e contra a história.
Desde a época de Cristo, a humanidade já convivia com esse tipo de barbárie. Foi assim que no ano 70 os romanos destruíram o Segundo Templo em Jerusalém, um dos locais mais sagrados para os judeus, onde se encontra hoje o Muro das Lamentações. No Oriente Próximo sob domínio bizantino, os iconoclastas procuraram destruir todas as imagens religiosas, argumentando que a idolatria era contrária aos princípios do verdadeiro cristianismo.
Ao longo da Idade Média os crimes prosseguiram, destacando-se uma série de ataques cristãos contra obras muçulmanas durante a Guerra de Reconquista e a demolição de todas as esfinges astecas no Novo Mundo pelos colonizadores espanhóis.
Na modernidade, obras dos dois maiores escultores do Mediterrâneo helênico, os gregos Fídias e Miron, foram espedaçadas por saqueadores otomanos, que assim tinham melhores condições de transporte para o contrabando. Hoje existe um verdadeiro acervo de partes dessas relíquias em museus da França e da Inglaterra.
Na primeira década do século XIX o império francês de Napoleão Bonaparte também destruiu e saqueou obras de povos conquistados. Já o século XX marcado pela guerra fria também mostrou sua face de barbárie, quando na Rússia bolchevique igrejas foram destruídas, quase ao mesmo tempo em que os nazistas queimavam livros e sinagogas na Alemanha. A Mongólia comunista destruiu cerca de 600 monastérios budistas, o mesmo acontecendo na China dos anos 60 durante a Revolução Cultural.
Mais recentemente, a península balcânica também foi palco de destruição, quando nos anos 90 o ódio racial dos sérvios iniciou uma verdadeira faxina étnica, não poupando nem as mesquitas na região muçulmana do Kosovo.
A própria Índia, hoje revoltada com a destruição das obras budistas no Afeganistão, também foi palco do fanatismo religioso, quando em 1991, nacionalistas hindus atacaram a mesquita de Babri, sob o argumento de que a mesma teria sido construída sobre as ruínas de um templo destruído por invasores muçulmanos no mítico local do nascimento do deus Rama. Como se vê, o ato demente do Taleban encontra eco no passado histórico das mais diferentes civilizações.

História do termo[editar | editar código-fonte]

Busto de Germânico. Uma cruz foi entalhada na testa da estátua e o nariz fora arrancado.[2]
O nome deriva do povo vândalo, um dos povos bárbaros cujas invasões e ataques ao Império Romano O termo "vandalismo" como sinônimo de espírito de destruição foi cunhado no final do século XVIII,[3] , em 10 de janeiro de 1794[4] , por Henri Grégoire,[5] [6] bispo constitucional de Blois; ele cunhou o termo e o tornou comum através de uma série de relatórios para a Convenção, denunciando a destruição de artefatos culturais como monumentos, pinturas, livros que estavam sendo destruídos como símbolo de um ódio ao passado e presente de exploração desde o "feudalismo", durante o Reino do Terror.[4] Em seu livro Memoirs, ele escreveu: "Inventei a palavra para abolir o ato".[7]
Historicamente, o vandalismo foi definido pelo pintor Gustave Courbet como a destruição de monumentos que simbolizam "guerra e conquista". Por isso, muitas vezes é feito como uma expressão de desprezo, criatividade, ou ambos. A tentativa de Coubert, durante a Comuna de Paris em 1871, para desmantelar a coluna no Place Vendôme, por ser um símbolo do passado Império autoritário de Napoleão III, foi um dos eventos mais célebres de vandalismo. Nietzsche definiu a Comuna como uma "luta contra a cultura", tomando como exemplo a queima intencional do Palácio das Tulherias em 23 de maio de 1871.
Em uma proposta na Conferência Internacional para a Unificação do Direito Penal, realizada em Madrid em 1933, Raphael Lemkin considerou a criação de dois novos crimes internacionais (delicta juris gentium): o crime de barbárie, que consiste no extermínio de coletividades raciais, religiosas ou sociais e o crime de vandalismo, que consiste na destruição de obras artísticas e culturais desses grupos.[8] A proposta não foi aceita.


 
 
Estátuas de stalin, lenin, sadam housseim

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