Desde a época de Cristo, a humanidade já convivia com esse tipo de barbárie. Foi assim que no ano 70 os romanos destruíram o Segundo Templo em Jerusalém, um dos locais mais sagrados para os judeus, onde se encontra hoje o Muro das Lamentações. No Oriente Próximo sob domínio bizantino, os iconoclastas procuraram destruir todas as imagens religiosas, argumentando que a idolatria era contrária aos princípios do verdadeiro cristianismo.
Ao longo da Idade Média os crimes prosseguiram, destacando-se uma série de ataques cristãos contra obras muçulmanas durante a Guerra de Reconquista e a demolição de todas as esfinges astecas no Novo Mundo pelos colonizadores espanhóis.
Na modernidade, obras dos dois maiores escultores do Mediterrâneo helênico, os gregos Fídias e Miron, foram espedaçadas por saqueadores otomanos, que assim tinham melhores condições de transporte para o contrabando. Hoje existe um verdadeiro acervo de partes dessas relíquias em museus da França e da Inglaterra.
Na primeira década do século XIX o império francês de Napoleão Bonaparte também destruiu e saqueou obras de povos conquistados. Já o século XX marcado pela guerra fria também mostrou sua face de barbárie, quando na Rússia bolchevique igrejas foram destruídas, quase ao mesmo tempo em que os nazistas queimavam livros e sinagogas na Alemanha. A Mongólia comunista destruiu cerca de 600 monastérios budistas, o mesmo acontecendo na China dos anos 60 durante a Revolução Cultural.
Mais recentemente, a península balcânica também foi palco de destruição, quando nos anos 90 o ódio racial dos sérvios iniciou uma verdadeira faxina étnica, não poupando nem as mesquitas na região muçulmana do Kosovo.
A própria Índia, hoje revoltada com a destruição das obras budistas no Afeganistão, também foi palco do fanatismo religioso, quando em 1991, nacionalistas hindus atacaram a mesquita de Babri, sob o argumento de que a mesma teria sido construída sobre as ruínas de um templo destruído por invasores muçulmanos no mítico local do nascimento do deus Rama. Como se vê, o ato demente do Taleban encontra eco no passado histórico das mais diferentes civilizações.
História do termo[editar | editar código-fonte]
O nome deriva do povo vândalo, um dos povos bárbaros cujas invasões e ataques ao Império Romano O termo "vandalismo" como sinônimo de espírito de destruição foi cunhado no final do século XVIII,[3] , em 10 de janeiro de 1794[4] , por Henri Grégoire,[5] [6] bispo constitucional de Blois; ele cunhou o termo e o tornou comum através de uma série de relatórios para a Convenção, denunciando a destruição de artefatos culturais como monumentos, pinturas, livros que estavam sendo destruídos como símbolo de um ódio ao passado e presente de exploração desde o "feudalismo", durante o Reino do Terror.[4] Em seu livro Memoirs, ele escreveu: "Inventei a palavra para abolir o ato".[7]Historicamente, o vandalismo foi definido pelo pintor Gustave Courbet como a destruição de monumentos que simbolizam "guerra e conquista". Por isso, muitas vezes é feito como uma expressão de desprezo, criatividade, ou ambos. A tentativa de Coubert, durante a Comuna de Paris em 1871, para desmantelar a coluna no Place Vendôme, por ser um símbolo do passado Império autoritário de Napoleão III, foi um dos eventos mais célebres de vandalismo. Nietzsche definiu a Comuna como uma "luta contra a cultura", tomando como exemplo a queima intencional do Palácio das Tulherias em 23 de maio de 1871.
Em uma proposta na Conferência Internacional para a Unificação do Direito Penal, realizada em Madrid em 1933, Raphael Lemkin considerou a criação de dois novos crimes internacionais (delicta juris gentium): o crime de barbárie, que consiste no extermínio de coletividades raciais, religiosas ou sociais e o crime de vandalismo, que consiste na destruição de obras artísticas e culturais desses grupos.[8] A proposta não foi aceita.
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