sábado, 5 de setembro de 2015

Dona Ruth

(texto de Agliberto Mendes)

     Ruth, minha mãe, me lembra refresco de qsuco, com pão e mortadela, todos os dias, na parte da tarde, pois o café da manhã era corrido. A nossa tv era em cores preta e branca, com válvulas e controle de verticais e horizontais.


(imagem: Revista Viva Grande BH)
Havia um campo de futebol, próximo a nossa casa. Era comum, ao ir à padaria ou ao mercado,  eu parar no campinho. Também era comum  ficar por lá, disputando inúmeras partidas de 11 gols, e voltar para casa ao escurecer. Às vezes, Dona Ruth  ia me buscar, e brigava comigo, outras vezes, deixava pra lá. Os dias em que ela não se importou foram os melhores.


     Uma vez eu furtei uma colher de pedreiro, que achei linda, no quintal de uma vizinha. Mãe Ruth descobriu, me levou pelas mãos, me fez devolver e me desculpar com aquela simpática senhora, que penalizada, mentiu: “minha filha, o menino ficou encantado com a ferramenta e eu lhe dei, de presente”.

     Dona Ruth não se deixou enganar, afirmando: “eu não crio filho para ser ladrão”.
Quando minha mãe faleceu, eu não estive presente. Lamento, gostaria que ela soubesse das lembranças que trago comigo.


Agliberto Mendes é editor do Blog do Vovozinho,  da Página do Facebook Registro Geral,  Cronista do Nosso Jornal, do  jornal  DAKI-SG , também atua como debatedor nos programas "Bom dia SG", da TV Ponto de Vista e "Sua Cidade Seus Valores", da Rádio Fluminense, 540 AM. Facebook: Agliberto Mendes


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