Esse Cristo é Nosso !!!
Era outubro de 1997 o povo brasileiro recebia o Papa João Paulo II que nos visitava pela terceira vez para participar do segundo encontro com as famílias.
Enquanto aos pés do Cristo Redentor o Papa abençoava o Rio de Janeiro em São Gonçalo um morador nascido e criado no Porto da Pedra fazia uma gentileza ao casal José Alves de Azevedo e Elvira Santos de Azevedo doando uma réplica em proporções menores da imagem que exatos 10 anos se tornaria uma das sete maravilhas do mundo moderno. O casal muito Católico de não faltar uma missa acordaram que aquele presente não seria só deles, teria que ser compartilhado com toda a vizinhança. Com a morte do Padre Eugênio da Igreja da Matriz de São Gonçalo, frequentada pelo casal, acharam que era uma forma de homenagea-lo.
Senhor José procurou os vizinhos, o dono da padaria, da marmoraria, do açougue, enfim, todos dispostos a ajudar na empreitada. O lugar foi escolhido, esquina da Av. Joaquim de Oliveira com a Rua Governador Macedo Soares, bem perto da residência do casal. A imagem foi fixada em um pedestal de mármore com as inscrições “Homenagem ao Papa João Paulo II em Visita ao Brasil em 02-10-1997” a cima e “IN MEMORIA Padre Eugênio 02-10-1997” a baixo. Uma dupla homenagem, data da visita do Papa e homenagem ao padre.
O casal tentou junto à prefeitura que a imagem fosse iluminada a noite, mas por conta da burocracia desistiram e resolveram eles mesmos levarem luz ao Cristo através de fotocélula ligada a sua residência. Não é por dificuldades burocráticas que o Cristo não acederá.
Para evitar que vândalos danifiquem-no o casal cercou com grades de proteção.
A manhã do dia 5 de maio de 2005 tinha tudo para ser cheia de felicidade, José completava 74 primaveras, mas quis o destino que naquele dia o coração da sua companheira parasse de bater. Enquanto viva, Dona Elvira tinha uma paixão pelo Cristo indescritível. Promovia missas campais em frente à imagem e se orgulhava de ver a rua lotada de fieis. Com ajuda do seu marido mensalmente limpavam cuidadosamente a imagem e anualmente a pintavam. Hoje viúvo o senhor José segue a risca a mesma rotina.
A imagem passou a ser ponto de referência e ficou conhecida não só no bairro, até mesmo na cidade vizinha de Niterói. Basta falar, vamos nos encontrar em frente ao Cristo do Porto da Pedra que fica fácil para todo mundo.
Com 82 anos de idade a maior preocupação do senhor José é o que acontecerá com o Cristo do Porto da Pedra após a sua morte. Ao mesmo tempo em que se preocupa, tem esperança que sua família continue o legado cuidando da imagem. E espera que as futuras gerações de gonçalenses independente da religião enxerguem-no como um patrimônio da cidade e tenham orgulho de dizer:
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