segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Aquele texto sobre uma apresentação

Luciano Tardock

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Certa vez, há algumas décadas já, um garoto perguntou ao seu pai historiador o seguinte: “Papai, então me explica para que serve a história”. Cruel. A incisiva clareza no questionamento do menino era o cerne, o foco, o objetivo de uma das mais antigas formas de investigação da humanidade.
O historiador era Marc Bloch e o garoto, era seu filho que nessa época não devia passar dos 5 ou 6 anos. Bloch era filho de um professor de História Medieval, sendo ele próprio professor na mesma cadeira. Teve ainda uma ativa vida militar, lutando na primeira guerra mundial lutando na infantaria. Findada a primeira guerra mundial, retorna a vida acadêmica e alcança o sucesso com a Revue des Annales que irá influenciar uma nova maneira do “fazer histórico” influenciando a Nova História e a História das Mentalidades.
Com o início da segunda guerra mundial, Bloch que era judeu, se alia a resistência francesa mas acaba detido pela Gestapo. Foi preso e torturado pela tropa alemã até que veio a falecer fuzilado em 16 de julho de 1944 em Saint-Didier-de-Formans. Fim da história? Não, não mesmo.
Bloch é considerado até hoje um dos maiores pesquisadores medievalistas. Deixou trabalhos de nome, peso e contribuição para entendermos esse período de quase 1000 anos. Mas, pra mim, uma das melhores contribuições que ele deu foi para a justificativa de se pesquisar história e que vocês já vão descobrir qual é. Quando fui convidado para escrever na PapaGoiaba, foi a primeira justificativa que me veio à mente. Eu preciso escrever algo que seja útil, mas preciso me divertir também. Mas a necessidade de escrever e divertir não é justa… muito menos grata. Foi aí que tive uma ideia…
Grande parte da população, em especial os mais jovens, não tem conhecimento ou ideia do porquê do nome dos bairros e das ruas do lugar onde mora. Os mais antigos ainda guardam na memória fragmentos da história municipal, conheceram alguns nomes de ruas pessoalmente quando ainda não eram apenas homenagens. Aproveitando o espaço aberto e o foco no público jovem, por que não contar pequenas histórias dos bairros para esse público?
Como também acredito que tudo tem que ser divertido para ficar mais leve, a ideia é brincar um pouco com a história gonçalense. Ir literalmente do A ao Z – Do Alcântara ao Zumbi, passando por todos os 90 bairros (NOVENTA!!!), que formam o “município gonçalis”. De acordo ainda com essa ideia, esperamos que seja uma passagem por todas essas cercanias da região e que, colabore para a identificação da população, especialmente no jovem, da identificação com seu bairro, seu local, seu município e que crie ali raízes. Aquela velha sensação de pertencimento que dá vontade de voltar. Ah, sobre Bloch. Ele dizia que: “Pessoalmente (…) a história sempre me divertiu muito”. Então que assim seja.


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