Luciano Tardock
Publicado por agenciapapagoiaba
Certa vez, há algumas décadas já, um garoto perguntou ao seu pai historiador o seguinte: “Papai, então me explica para que serve a história”. Cruel. A incisiva clareza no questionamento do menino era o cerne, o foco, o objetivo de uma das mais antigas formas de investigação da humanidade.
O historiador era Marc Bloch e o
garoto, era seu filho que nessa época não devia passar dos 5 ou 6 anos.
Bloch era filho de um professor de História Medieval, sendo ele próprio
professor na mesma cadeira. Teve ainda uma ativa vida militar, lutando
na primeira guerra mundial lutando na infantaria. Findada a primeira
guerra mundial, retorna a vida acadêmica e alcança o sucesso com a Revue
des Annales que irá influenciar uma nova maneira do “fazer histórico”
influenciando a Nova História e a História das Mentalidades.
Com o início da segunda guerra
mundial, Bloch que era judeu, se alia a resistência francesa mas acaba
detido pela Gestapo. Foi preso e torturado pela tropa alemã até que veio
a falecer fuzilado em 16 de julho de 1944 em Saint-Didier-de-Formans.
Fim da história? Não, não mesmo.
Bloch é considerado até hoje um dos
maiores pesquisadores medievalistas. Deixou trabalhos de nome, peso e
contribuição para entendermos esse período de quase 1000 anos. Mas, pra
mim, uma das melhores contribuições que ele deu foi para a justificativa
de se pesquisar história e que vocês já vão descobrir qual é. Quando
fui convidado para escrever na PapaGoiaba, foi a primeira justificativa
que me veio à mente. Eu preciso escrever algo que seja útil, mas preciso
me divertir também. Mas a necessidade de escrever e divertir não é
justa… muito menos grata. Foi aí que tive uma ideia…
Grande parte da população, em
especial os mais jovens, não tem conhecimento ou ideia do porquê do nome
dos bairros e das ruas do lugar onde mora. Os mais antigos ainda
guardam na memória fragmentos da história municipal, conheceram alguns
nomes de ruas pessoalmente quando ainda não eram apenas homenagens.
Aproveitando o espaço aberto e o foco no público jovem, por que não
contar pequenas histórias dos bairros para esse público?
Nenhum comentário:
Postar um comentário